sexta-feira, 26 de junho de 2009

Interlúdio poético musical

LE CRI DE LA CARPE : Ann Ballester, Dominique fonfrède concerto no Triton (Les Lilas), setembro 2004. Realizador : Gilles Marceaux. (liveweb.arte.tv/fr)

domingo, 21 de junho de 2009

Um domingo diferente

Esta "coisinha" maravilhosa passou o dia connosco. Tem poucos meses de experiência de vida e logo foi encalhar com a veterana Francisca, que, como se esperava, ficou "de quatro" com a Jule.

sábado, 16 de maio de 2009

Espero reencontrar-te por aí

Dois anos, das 9 às 17. menos meia hora, ou não, conforme fosse ou não necessário. Foram duas vezes 300 dias, em que nos ouvimos e aturámos, nos discutimos e confrontámos, nos conhecemos e gostámos. e, fosse como fosse, nos jurámos amizade para sempre. 2 anos. E 2 anos depois desses dois, em que nos vimos mais duas vezes, dois natais, e nos prometemos almoços, jantares, passeios e sociedades, e, nesta eterna suspensão, toca o meu telemóvel novo, acabadinho de comprar, numa inesperada e indesejada chamada - a notícia brutal do teu ignóbil desaparecimento. Mas eu não me conformo, e acho que isto não fica por aqui. Há-de haver uma vida depois desta onde nos vamos voltar a ver e todos os seres que amámos nesta vida vão estar também nessa outra que há-de ser eterna e de eterna felicidade, que é aquilo que eu gostava que tivesses sido nesta. Para ti, a minha amizade eterna! Bem hajas, onde agora estiveres, E.S.M.

domingo, 19 de abril de 2009

Agrippina de Handel

(Agrippina e Claudio - Foto Google)
Em homenagem a Handel (1685-1759), desaparecido há 250 anos, deixo aqui uma tradução livre da sinopse da ópera Agrippina*, actualmente em cena no T.N.S.Carlos, em Lisboa.
*A partir da tradução inglesa de George Hall, do original de Gloria Staffieri (Libreto de Vincenzo Grimani).
A acção passa-se em Roma, meados do Séc.I.
1º. Acto
Agrippina, mulher do imperador Claudio, explica ao seu filho Nero que é chegado o momento de ele ascender ao trono. Mostra-lhe uma carta na qual é revelado que Claudio morreu, vítima de uma tempestade no mar. Agrippina não perde tempo e, sendo pessoa de não olhar a meios para atingir os seus fins, manda chamar, sem que nenhum saiba do outro, os cortesãos Pallante e Narciso, que sabe estarem por ela apaixonados. A cada um deles confia as novas do desaparecimento de seu marido e pede-lhes que, em troca do seu amor, apoiem, no Capitólio, a nomeação de Nero como seu sucessor. Mais tarde, quando ao povo e no Capitólio, é anunciada a morte de Claudio, ouvem-se imediatamente as vozes de Pallas e Narcissus a apoiar Nero como novo César. Agrippina e Nero estão prestes a ascender ao trono, quando o servo de Claudio, Lesbo, surge de súbito a anunciar que o imperador desembarcou em Anzio, são e salvo, graças à ajuda do valoroso Ottone, e acrescenta que, como recompensa de o ter salvo, Claudio prometeu a Ottone o trono. Perante estas notícias, os quatro conspiradores ficam desnorteados. Porém, numa conversa privada, Ottone confia a Agrippina que prefere o amor de Poppea ao trono. Sabendo que Claudio também ama Poppea, Agrippina desenha um novo esquema que permitirá ao seu filho ascender ao poder. Vai a casa de Poppea e, assegurando-se de que ela ama Ottone, diz-lhe que ele a traiu cedendo-a a Claudio por forma a obter o trono e sugere-lhe que, como vingança, ela provoque ciúmes a Claudio, dizendo-lhe que Ottone, inchado com o seu novo papel, lhe ordena que recuse Claudio e se lhe entregue. Perante isto, Claudio punirá Ottone retirando-lhe o trono. Poppea cai na armadilha e, quando Claudio chega, segue à letra o plano de Agrippina, obtendo dele tudo o que deseja.
2º. Acto
Entretanto, numa rua de Roma, perto do palácio imperial, Pallante e Narciso, tendo descoberto os planos de Agrippina, decidem formar uma aliança. Ottone, nervoso com a sua coroação eminente, quando Claudio chega aclamado pela multidão, vai ter com ele para lhe lembrar do prometido. Mas este repele-o brutalmente, chamando-lhe traidor. Consternado, Ottone pede apoio, primeiro a Agrippina, depois a Poppea, mais tarde, a Nero, mas todos se distanciam dele, deixando-o mergulhado no mais profundo desespero. Mas Poppea começa a acreditar que a infelicidade de Ottone é genuína e a duvidar da sua culpa e desenvolve um estratagema para descobrir a verdade. Vendo-o aproximar-se, senta-se num recanto do seu jardim e finge estar a dormir, e fingindo falar a dormir revela-lhe o que Agrippina lhe disse, que ele a tinha cedido a Claudio em troca do trono. Quando Ottono, contrariando as mentiras da mãe de Nero, declara a sua inocência, Poppea vê finalmente os desígnios de Agrippina e jura vingar-se. Agrippina, entretanto, apercebendo-se da gravidade da situação, planeia mais crimes: Primeiro, manda chamar Pallante e promete-lhe o seu amor se matar Ottone e Narciso; de seguida, pede a Narciso que mate Pallas e Ottone. Se, neste momento, os cortesãos não se deixam por ela enganar, já com Claudio tem melhor sorte. Dizendo ao seu marido que Ottone planeia vingar-se dele pela perda do trono, pede-lhe que se apresse a declarar Nero o seu sucessor. Claudio, impaciente por partir para estar com Poppea, dá-lhe o seu consentimento.
3º.Acto
Poppea, que deseja reparar o mal feito a Ottone, concebe um plano: Dá instruções ao seu amante para se esconder e controlar o seu ciúme, ouça o que ouvir. Nero: (Que ela tinha previamente convidado) chega: Também ele ama Poppea e arde de desejo por ela, mas esta diz-lhe que sua mãe está prestes a chegar e convence-o a esconder-se. A seguir, chega Claudio, e Poppea queixa-se que o imperador não a ama realmente e, quando ele lhe relembra tudo o que fez por ela, mencionando o castigo de Ottone, Poppea sustenta que foi mal compreendida, não tinha Ottone a importuná-la, mas sim Nero. Poppea esconde então o imperador e chama Nero, que, acreditando que Claudio já se foi embora, sai do seu esconderijo e retoma o seu discurso amoroso. Claudio interrompe-o e manda-o embora com rudeza. O plano funcionou: Livrando-se de Claudio com uma desculpa, Poppea conduz Ottone para fora do seu esconderijo e os dois, reconciliados, juram-se amor eterno. Entretanto, o enredo adensa-se: Nero conta a sua mãe a recente desgraça e pede-lhe que o defenda da fúria de Claudio, enquanto Pallante e Narciso informam Claudio da conspiração urdida por Agrippina durante a sua ausência, de tal modo que, quando Agrippina apressa Claudio na coroação de Nero, Claudio acusa-a do crime de usurpação de poder. Ela admite ter lutado pela coroação de Nero, mas defende-se clamando tê-lo feito para prevenir o pior: Perante as notícias da morte de César, soldados, povo e Senado uniram-se de imediato para a sucessão e então, para assegurar que o trono permanecesse nas mãos de Claudio, aclamou Nero. Claudio fica convencido pelas palavras de Agrippina. Mas esta imediatamente aproveita para o acusar de traição, pressionando-o a manter distância de Poppea, dizendo-lhe que esta é amante de Ottone, o que ele refuta, dizendo-lhe que é Nero quem deseja Poppea. Quando Poppea, Nero e Ottone chegam, Claudio acusa Nero de se ter escondido nos aposentos de Poppea, o que este não pode negar. Entretanto, no meio de todo este tumulto, e para surpresa de todos, o imperador ordena que Nero se case com Poppea e Ottone seja o seu sucessor. Mas esta solução não satisfaz nenhuma das partes envolvidas, pelo que Claudio, desejando pôr um fim no conflito, cede o trono a Nero e oferece Poppea em casamento a Ottone. Por fim, chama Giunone (Juno) para abençoar todos e trazer glórias ao império.

domingo, 29 de março de 2009

Longas ausências...

...Prestações demasiado raras. Parece gralha mas não é. Estou aqui para explicar porque não tenho vindo cá mais vezes. Não é que faça grande falta. Mas isto é aquilo que se costuma chamar de "falar com os meus botões" ou "pensar em voz alta". No caso é, escrever em voz muito alta e irritada. Porque se não tenho cá vindo ao meu operador de internet o devo. Dificuldades de comunicação, falhas na linha, telefones sem funcionar. Estou de cabelos em pé de tanta irritação. Ainda ontem cá vieram dois técnicos que ainda deixaram isto pior. Ainda se o tempo estivesse bom para passear, mas o vento e o súbito arrefecimento da temperatura, para além de uma surdez parcial provocada pelas alergias da época, deixam-me um pouco desconsolada. Não estou a dizer que é tudo mau ou menos bom, não. Até que me sinto bastante feliz, apesar de tudo. A eterna e reconhecida como válida lei das compensações funciona sempre, para o mal e para o bem. Só não tenho é vindo aqui. E gosto de cá vir, pronto. É uma forma de me propagar pela rede, sei lá...

domingo, 15 de março de 2009

Divagações de fim-de-semana

Leio pensamentos de Jorge Luis Borges, enquanto ouço "Agrippina" de Handel e entrecorto com um conto de Sam Shepard. Tudo muito bonito, mas a dispersão mata a perspectiva e a profundidade do momento. Vou-me em diversas ordens de ideias, numa sede de tudo ter. E nada sobra. Apenas o momento que já passou. E a memória frágil de três ambientes mentais quase antagónicos. A chegada da Primavera encapotada em Verão mente-nos com um Sol de Inverno, e deve ser essa a explicação para tanta confusão que sinto na pele que, cada vez menos, suporta ambiguidades. A vida no campo tem destas coisas. Comichões e deslumbramentos. Odores e espanto. E a proximidade do mar é outro tanto de muita coisa de que aproveito o essencial, o transporte líquido em liberdade azul cintilante para mundos conhecidos e desconhecidos onde sempre queremos ir para depois voltar e recordar e voltar a ir e acrescentar mais à nossa ínfima existência. Fim do fim-de-semana mas não das divagações. Li há pouco, no "Público", que as nossas expressões faciais vão passar a poder comandar aparelhos género aipodes, tipo um piscar de olho muda para a faixa seguinte, um abrir de boca para a anterior e por aí fora. Isto não pode ser verdade. A sê-lo, temos mesmo a robotização do gesto humano a chegar ao seu pleno. Tudo se conjuga para nos condicionar a espontaneidade. Tirei a foto ao riacho antes que seque. O riacho faz parte do mundo rural da zona onde habito. A foto foi tirada ontem, quando regressava da exposição "Lá fora", que fui ver antes que se fosse embora. (Ups, acabo de cometer um erro que, segundo J.L.Borges, é altamente reprovável - palavras com o mesmo som numa mesma frase.) Gostaria também de falar sobre essa exposição, de que hoje foi o último dia. Talvez amanhã, que hoje já estou a dispersar-me para outras coisas.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Charles Darwin nasceu há 200 anos. Ai sim? E...

...E há 150 anos publicou um livro A origem das espécies por selecção natural , uma teoria da origem das espécies segundo a qual "todos os seres orgânicos que viveram sobre a Terra descendem de uma forma primordial", todos descendem de um mesmo organismo que foi evoluindo, modificando-se, adaptando-se, por selecção natural. Segundo a sua teoria, só os indivíduos mais bem adaptados de cada população sobrevivem para deixar descendência. Em 1871, publica A Descendência do Homem , onde acrescenta que a evolução das faculdades humanas como a inteligência e a moral se deu a partir dos antepassados símios, através da selecção natural. Em 1953, Francis Crick e James Watson confirmaram a teoria de Darwin, ao descobrirem que cada organismo transporta um código químico da sua própria criação no interior das suas células, um texto escrito numa linguagem comum a toda a vida: o simples código de quatro letras do DNA, o chamado Código Genético. Em 2003, ao concluir-se a sequenciação genoma humano, verifica-se a sua semelhança com o dos chimpanzés, revelando-se a descendência de um antepassado comum. E assim se confirma, polémicas religiosas à parte, que Darwin estava certo. E tão certo estava, que mais razões dá à espécie humana para ter respeito pela natureza em todas as suas formas. A tão badalada frase: "Respeitar o meio ambiente" faz ainda mais sentido numa perspectiva Darwinista. E, para terminar este apontamento, duas curiosidades: Há quem se tenha aproveitado politicamente das teorias de Darwin e seus continuadores para utilizações pérfidas, como, por exemplo, o nazismo; E parece que também da dita teoria se retira que, na sua evolução, o Homem tenha perdido a sua cauda, ficando apenas um orgão vestigial chamado cóccix, assim como há quem interprete no cordão umbilical, vestígios da nossa remota ascendência arborícola. Como já toda a gente sabe, inaugura hoje, na Fundação Calouste Gulbenkian, uma importante e imperdível exposição sobre Darwin. Estou muito curiosa.
Para este apontamento baseei-me na revista National Geographic Portugal, edição de Fevereiro, nº. 95 e num artigo publicado na revista Actual do Jornal Expresso de 07 deste mês. Foto in images.google.pt

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Batman com Tallulah

A propósito de Tallulah Bankhead, que despertou a minha atenção em leituras recentes, e depois de visualizar alguns vídeos sobre ela no YT, encontrei uma preciosidade, daquelas que só se encontram em sótãos das nossas avós (isto imaginando que tenho menos 20 anos de idade...que é, de facto, a minha idade mental). Não é que Tallulah faça o meu género como pessoa, era demasiado saltitante para meu gosto, mas que fez estória, lá isso fez. E o grande achado foi logo arrumado aqui, para quem quiser passar uns momentos hilariantes de ficção científica (repare-se nos gadgets do herói). E a voz de Tallulah em playback de Robin que o torna muito mais másculo do que quando fala com a sua própria. Há muito que não me ria tanto.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Músicas de filmes

Hoje apeteceu-me ouvir músicas de filmes, enquanto tratava dos assuntos domésticos, porque a senhora especialista na matéria não compareceu, por suposta gripe. Agora que tenho um aspirador silencioso, até que nem custa tanto. E os paninhos pré-embebidos também limpam o pózinho (pázinha ou pázinho) muito bem, sem grandes atchins. E assim, ao som do "The Last Emperor" (música de Ryuichi Sakamoto, David Byrne e Cong Su), despachei o assunto com inspiração oriental. Depois, apeteceu-me Ry Cooder em "The End of Violence", e é o que continuo a ouvir enquanto escrevo isto. Deste, diria que se trata de um conjunto de esboços musicais, uma colagem de sons provindos do passado e do futuro para se deterem perante o nosso ouvido, à laia de ponto de situação. Do outro, que foi ao encontro da necessidade de alimentar uma atmosfera mental criada pela vizualização de "Tokyo Ga", um filme de Wim Wenders que vi ontem na tv. Falo de um filme realizado por um ocidental sobre um realizador asiático, do princípio do séc. XX, Ozu, e sobre a cidade de Tóquio e a sua crescente ocidentalização. O "Último Imperador", de Bernardo Bertolucci, embora sendo sobre a História da China, tem, na sua banda sonora, a mãozinha de Sakamoto, o que lhe dá um toque nipónico, principalmente no tema principal. Há muito que não ouvia quer um, quer outro e soube-me tão bem que tive logo de vir aqui desbocar este bem estar. E depois, aquela coincidência de ter Wim Wenders em ligação directa com tudo isto. O alemão que consegue expôr em écran os mais íntimos recantos do espírito de um povo, seja ele o seu próprio, o americano, o japonês ou o português. Fascina-me o seu sentido de universalidade em simultânea coordenação com as diversas matizes culturais e sociais. Ele consegue criar uma empatia, que extende a nós, espectadores dos seus filmes, com cada um dos locais onde escolhe filmar, e com aquilo que é único e específico em e de cada um. Colhe o essencial, o espírito do lugar habitado, através dos indivíduos, reais ou representados, que melhor o incorporam. Sublinho também a perfeição plástica da sua obra, banda sonora incluída, e voltando ao princípio deste post, re-desenho o mapa deste meu percurso mental para verificar se não me perdi algures...E acho que não: Estou entre dois universos sonoros, cujo ponto em comum é Wenders. Curioso, não é?

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Quando a música é Música e o cinema Cinema.

Para quem ande mais distraído, chamo a atenção para a revista de música clássica "diapason", que este mês vem com um extra muito especial: Bach por Heifetz. Um cd que me acompanha enquanto ando por estas andanças cibernéticas. Partitas para violino, BWV1004 e 1006 e os concertos para violino nºs. 1 e 2, BWV 1041 e 1042. Depois da queda aparatosa que acabo de dar e da qual desconheço ainda as sequelas, excepto alguma dificuldade motora de que me tentei alhear com "O homem que sabia demais", de Alfred Hitchcock , este belíssimo momento musical é qualquer coisa de especial. Do filme, de que retiraria algumas imagens fantásticas para uma boa colecção de fotografia, fica-me a revelação da proveniência do tema "Whatever Will Be"("Que sera, sera"), uma das mais conhecidas canções de Doris Day, e que, afinal, desempenha um papel da maior importância nesta película do grande senhor do suspense. Quanto à crise, on vera, vera...

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

domingo, 4 de janeiro de 2009

O Estado de Sítio do Mundo em Geral II

É difícil pretender-se ser feliz quando já não nos podemos permitir ignorar o que se passa de grave noutros sítios do planeta em que vivemos. A força bélica de Israel arrasa o povo palestiniano e o Ocidente nada pode contra. O inferno instituído naquela zona é qualquer coisa de pasmar. É o pior da natureza humana no seu melhor. Como criar consenso entre dois povos que não se toleram? Como evitar o ódio de um povo contra quem lhe usurpa o território? Que situação absurda na desigualdade dos meios utilizados. Não haverá algures numa mente iluminada solução pacífica para este eterno conflito? Que tristeza. No meu íntimo, formulo um desejo profundo de que um qualquer milagre ilumine o obscuro estado de alma destes dois povos.