segunda-feira, 28 de abril de 2008

'Tá-se bem em Lisboa e nalguns arredores

Ele é o indie Lisboa '08, onde ainda é possível ver ou já ter visto "Patti Smith - Dream of Life", de Steven Sebring; ele é Pina Baush, que aí vem com o seu consagrado "Cafe Muller", para além de outras obras igualmente aclamadas nas suas anteriores visitas ao nosso país; ele são os variados espectáculos de Jazz que por aí vão acontecendo; ele foi Meredith Monk, no CCB, que tem um novo álbum - "impermanence"; ele é o relançamento da revista "Ler", sob a direcção, em continuidade, de Francisco José Viegas;e as feiras do livro que por aí se encontram a granel, uma na Av. de Roma, em frente ao Teatro Maria Matos, outra em Algés, à saída do comboio, outra no metro do Cais do Sodré. E quem vá a Cascais, também lá vai encontrar uma. 'Tá-se bem*.
*É certo que depende no ponto de vista de cada um.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Morre o Cinema Quarteto - Morre o seu fundador

A lógica implacável que atravessa estes factos e me faz chorar a dobrar.
A morte do cinema Quarteto fora mais um ataque feroz à memória da nossa cultura. Ainda se fosse transformado em museu do cinema, cristalização do que foi um lugar marcante de uma época de mudança e revolução na nossa sociedade, e prestada homenagem ao seu fundador. Mas não. Mataram também o seu fundador. Pedro Bandeira Freire morreu hoje, na sequência de um AVC - coisa que dá muito naqueles que sofrem grandes choques emocionais. Tinha entregue as chaves do Quarteto há cerca de um mês. Será que não havia hipótese de um subsídio extraordinário do Ministério da Cultura, ou da Câmara Municipal de Lisboa? Como é que não se encontra uma solução para uma coisa destas? Não se podia modernizá-lo, prolongando a sua vida com cinema alternativo, a exemplo das salas geridas por Paulo Branco?
Mas não. O assunto morreu, porque, a haver uma solução, o seu fundador deveria estar vivo para vê-la e com ela rejubilar. Agora é tarde demais!
Fica aqui um excerto de um artigo publicado recentemente no blog A Bomba, e que sintetiza o que se possa dizer sobre o assunto:
«O mais importante do Quarteto foi, todavia, a revelação de uma nova forma de programar, assente no amor pelas obras exibidas. A 21 de Novembro de 1975, abriu finalmente as suas portas. «Foi um espanto!», diz quem lá esteve. No mesmo prédio, quatro salas, quatro filmes em simultâneo: o primeiro multiplex de Portugal! Para os cinéfilos, foi o deslumbramento. Os filmes de estreia eram um luxo: S. Miguel tinha um Galo, dos Irmãos Tassani; Um Filme Doce, de Makavejev; Amor em Tons Eróticos, de Mai Zetterling; e E deram-lhe uma Espingarda… de Dalton Trumbo. Assim nasceu o Quarteto, com bilhetes a 30$00.» Aliás, é de ler o artigo completo.