quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Músicas de filmes

Hoje apeteceu-me ouvir músicas de filmes, enquanto tratava dos assuntos domésticos, porque a senhora especialista na matéria não compareceu, por suposta gripe. Agora que tenho um aspirador silencioso, até que nem custa tanto. E os paninhos pré-embebidos também limpam o pózinho (pázinha ou pázinho) muito bem, sem grandes atchins. E assim, ao som do "The Last Emperor" (música de Ryuichi Sakamoto, David Byrne e Cong Su), despachei o assunto com inspiração oriental. Depois, apeteceu-me Ry Cooder em "The End of Violence", e é o que continuo a ouvir enquanto escrevo isto. Deste, diria que se trata de um conjunto de esboços musicais, uma colagem de sons provindos do passado e do futuro para se deterem perante o nosso ouvido, à laia de ponto de situação. Do outro, que foi ao encontro da necessidade de alimentar uma atmosfera mental criada pela vizualização de "Tokyo Ga", um filme de Wim Wenders que vi ontem na tv. Falo de um filme realizado por um ocidental sobre um realizador asiático, do princípio do séc. XX, Ozu, e sobre a cidade de Tóquio e a sua crescente ocidentalização. O "Último Imperador", de Bernardo Bertolucci, embora sendo sobre a História da China, tem, na sua banda sonora, a mãozinha de Sakamoto, o que lhe dá um toque nipónico, principalmente no tema principal. Há muito que não ouvia quer um, quer outro e soube-me tão bem que tive logo de vir aqui desbocar este bem estar. E depois, aquela coincidência de ter Wim Wenders em ligação directa com tudo isto. O alemão que consegue expôr em écran os mais íntimos recantos do espírito de um povo, seja ele o seu próprio, o americano, o japonês ou o português. Fascina-me o seu sentido de universalidade em simultânea coordenação com as diversas matizes culturais e sociais. Ele consegue criar uma empatia, que extende a nós, espectadores dos seus filmes, com cada um dos locais onde escolhe filmar, e com aquilo que é único e específico em e de cada um. Colhe o essencial, o espírito do lugar habitado, através dos indivíduos, reais ou representados, que melhor o incorporam. Sublinho também a perfeição plástica da sua obra, banda sonora incluída, e voltando ao princípio deste post, re-desenho o mapa deste meu percurso mental para verificar se não me perdi algures...E acho que não: Estou entre dois universos sonoros, cujo ponto em comum é Wenders. Curioso, não é?

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Quando a música é Música e o cinema Cinema.

Para quem ande mais distraído, chamo a atenção para a revista de música clássica "diapason", que este mês vem com um extra muito especial: Bach por Heifetz. Um cd que me acompanha enquanto ando por estas andanças cibernéticas. Partitas para violino, BWV1004 e 1006 e os concertos para violino nºs. 1 e 2, BWV 1041 e 1042. Depois da queda aparatosa que acabo de dar e da qual desconheço ainda as sequelas, excepto alguma dificuldade motora de que me tentei alhear com "O homem que sabia demais", de Alfred Hitchcock , este belíssimo momento musical é qualquer coisa de especial. Do filme, de que retiraria algumas imagens fantásticas para uma boa colecção de fotografia, fica-me a revelação da proveniência do tema "Whatever Will Be"("Que sera, sera"), uma das mais conhecidas canções de Doris Day, e que, afinal, desempenha um papel da maior importância nesta película do grande senhor do suspense. Quanto à crise, on vera, vera...

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

domingo, 4 de janeiro de 2009

O Estado de Sítio do Mundo em Geral II

É difícil pretender-se ser feliz quando já não nos podemos permitir ignorar o que se passa de grave noutros sítios do planeta em que vivemos. A força bélica de Israel arrasa o povo palestiniano e o Ocidente nada pode contra. O inferno instituído naquela zona é qualquer coisa de pasmar. É o pior da natureza humana no seu melhor. Como criar consenso entre dois povos que não se toleram? Como evitar o ódio de um povo contra quem lhe usurpa o território? Que situação absurda na desigualdade dos meios utilizados. Não haverá algures numa mente iluminada solução pacífica para este eterno conflito? Que tristeza. No meu íntimo, formulo um desejo profundo de que um qualquer milagre ilumine o obscuro estado de alma destes dois povos.