quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Pôr do Sol

Vejo o Sol reflectido na casa em frente.
Está-se quase a pôr.
Daqui a meia hora desaparece por detrás da sombra desenhada por um arquitecto de casas para viver e morrer. Amanhã o Sol vai renascer.
E nós? Sonhamos diferente.
Mas não somos diferentes.
E é assim que é.
Mas o Sol continua a ser a nossa luz.
Uma luz que queima, que pode cegar, que nos pode evaporar. A noite é o abismo.
A lâmpada que ilumina o espaço não nos ilumina o espírito e ensombra a carne do nosso ser. Sombria, eu?
Não.
Busco respostas, como toda a gente.
E desencontro-me.
Rodeiam-me lógicas disfuncionais.
O outro indivíduo que me habita é um invasor. Palavras fortes?
Não.
Palavras que se atrevem a ser escritas,
porque consinto uma brecha no silêncio.