Hoje, a pretexto de cuidados com a minha saúde, fui até à cidade onde nasci. Arrumei o assunto saúde física e fui tratar da mental. Depois de uma breve visita a um centro de consumo para média/alta burguesia, só para dar uma olhadela nas edições musicais e revistas a condizer que não vi em lado nenhum, reconstrui-me em direcção à Gulbenkian, ou melhor, ao Centro de Arte Moderna (CAM), a fim de degustar algumas saladas com paisagem verde em pano de fundo. E fiquei maravilhada com o inusitado encontro com o eterno. As pessoas atrás do balcão, salvo uma ou outra, continuam as mesmas, são as mesmas. A montra continua tão bem guarnecida como há 30 anos atrás. Os jardins, inspiradores como sempre. Os mesmos ângulos de enquadramento, a mesma atmosfera de recolhimento artístico. Cada pessoa uma luz. O paraíso. Para finalizar, uma visita à feira do livro a decorrer no Museu Gulbenkian. Adquiri duas obras: uma teoria filosófica sobre religião, de David Hume e outra sobre gravura japonesa do séc.XX, porque continuo bastante interessada em cultura japonesa. Tratei da minha saúde mental, portanto.
Ainda dentro do tema desta minha intervenção bloguista, adorei passear um dia destes na Baixa, entrar em lojas que eu já nem sabia ser possível encontrar. Lojas que vendem sabonetes Musgo Real e Leite de Colónia (para a beleza realçar...), toucas para banho daquelas redondas e com folhos e mãozinhas para coçar as costas. Almocei um maravilhoso sável frito com açorda num restaurante cheio de patine na Rua dos Correeiros e comprei um chapéu que me fica a matar numa loja muito em voga para quem curte retro. Passeei no Martim Moniz e na Rua da Palma. E senti a cidade em toda a sua diversidade como já há muito não sentia. Ai esta alma alfacinha que só está bem onde sente o fado.
2 comentários:
Não és capaz de lhe resistir.
Pois não. A nossa Lisboa é muito especial.
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