quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Sundance Film Festival

Está a decorrer, de 17 a 27 de Janeiro, o Festival de cinema de Sundance, Utah, E.U.A.. Aqui se dão a conhecer, desde 1981, alguns dos melhores realizadores, actores e técnicos da arte cinematográfica que temos tido a grata oportunidade de apreciar, à posteriori, claro está.

Este certame teve como co-fundador, o actor e realizador Robert Redford, cuja filha, Amy Redford, se estreia, este ano, também como realizadora, com o filme "The Guitar".

Isabella Rossellini também participa, como realizadora e actriz, em "Green Porno"- ver entrevista e imagens no site do SFF.

Outro dado agradável, a participação de Patti Smith como cabeça de cartaz do festival de música que decorre em paralelo.

Fica aqui o link para se ter uma ideia do que por lá se passa.

sábado, 19 de janeiro de 2008

"Corações com mau feitio"

O Coração, nosso orgão vital, regulador emocional, sentimental e passional é o objecto de "dissecação" artística da extaordinária artista plástica de nome Alexandra Mesquita, cuja nova exposição foi inaugurada no dia 19 de Janeiro, na Galeria Arte Periférica, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
São 50 corações, os intervenientes activos nesta insólita e excelente mostra de mais uma criação articulada, como é habitual nesta artista, com uma reflexão e consequente depuramento do tema que se propôs.
Recordo-me de algumas das suas anteriores escolhas temáticas, cérebros (Pronto a servir de cérebros), objectos do nosso quotidiano (Objectos com Problemas Existenciais), e a escrita (Escrita Irrequieta, Escrita que se fia, e Escrita Arrepiada ). Em todas, um trabalho que nos deixa surpreendidos, porque, para além do resultado estético, regra geral muito apelativo, oferece-nos duas formas de visualização, uma de conjunto, de síntese do seu corpo inteiro, em que o objecto-tema nos é dado ver em variações cromáticas e de textura, e outra de leitura dos seus elementos constitutivos, quando nos aproximamos de cada um dos seus quadros e apreendemos a sua essência, enquanto composição, e descobrimos que, afinal dentro de cada um há uma outra obra, quase que uma encenação, que explica o primeiro impacto visual que antecedeu a aproximação ao objecto. De referir ainda que Alexandra é eloquente e solícita na introdução à sua criação, numa verbalização entusiamada e entusiasmante de geométricas filosofias.
Penso que, com esta exposição, Alexandra Mesquita fica decisivamente consagrada no grupo dos artistas plásticos notáveis do século XXI.

Francisca - A cadela mais linda desta vida

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Não queria ver o fundo do poço...

...mas aquele rapaz japonês, que me acompanha já há algum tempo, em folhas A5, nos 15 minutos que antecedem o mergulho no lado do intangível, quis, por força, que eu o vi-se. Estou a falar do fundo do poço. Sensação apenas comparável a estar numa estação de comboios, à hora de almoço de um dia de Natal. Só o som do mar melhora a imagem.
Mais uma charada, depois da ainda não resolvida história de Lamego.
Não descanso enquanto não devorar as restantes 300 páginas. E depois, estou a pensar enviar para Tóquio a conta do oftalmologista.
Fabuloso! (Escritor...)

sábado, 5 de janeiro de 2008

Música Grande num dia de Chuva Miudinha

Chove miudinho e eficaz, mantendo o dia numa tonalidade crepuscular.
A eficácia da chuva que resolveu, hoje, permanecer pequenina, só para provar que "pequenina mas boa", sentiu-a quando saiu à rua, para passear a cadela. Nobres e duras missões de quem tem estes deveres. Cinco minutos depois, estavam de volta, completamente encharcadas. Miudinha, hein? E não satisfeita, voltou a sair para cumprir com um ritual - comprar o "Expresso". É sábado. Vinte minutos de chuva(inha), que tratou de esquecer, mudando de roupa e instalando-se a ler o jornal. Como pano de fundo musical, e visual, o DVD "The Complete Tokyo Concert" de Chet Baker (1987). Uma belíssima gravação de som, imagem nem tanto, para uma excelente performance. Deitou a sua lagriminha de emoção quando ouviu "Almost Blue"(Elvis Costello). Gostou também muito de "My Funny Valentine"(R.Rodgers-L.Hart), de "Seven Steps to Heaven"(Miles Davis-V.Feldman), "Stella by Starlight"(N.Washington-V.Young). Mas a voz, aquele som doce, sentimental, sensual e com um brilho eternamente jovem. O scat perfeito, como se entre a trompete e a voz não houvesse diferença, como se cantar ou tocar trompete fossem uma expressão única, sujeita apenas ao acaso de escolher uma ou outra formas de execução. E entre o "Expresso" e a música, que não conseguiu ser só de fundo, esqueceu que, lá fora, o dia não tinha passado de um crepúsculo. Moral da história: Podemos sempre alterar a cor dos nossos dias, de preferência para melhor.