quarta-feira, 6 de agosto de 2008

haiken medera

Estou japãoadicta.
Se não aprender a falar japonês agora, não sei se algum dia vou retomar esta paixão e será uma perda para a minha cultura geral.
Só leio coisas japonesas, vejo filmes japoneses, e isto é de tal ordem que até um japonês meteu conversa comigo (em inglês, claro), talvez porque naquele momento eu estivesse interessada num livro de poesia japonesa (tanka, no caso)...E quiçá porque estivesse no CAM (Gulbenkian), Livraria Almedina, em pleno auge do acontecimento Jazz em Agosto, este ano muito dedicado ao... jazz japonês, lá está. Mas, pelos vistos, não sou a única a ter esta paixão (passada, presente ou futura). Em tempos, mais ou menos há 30 anos, esteve na moda ler Yukio Mishima e ouvir Riushi Sakamoto. Mas isso fazia parte de um composto de cultura pop, punk, funk, disco, euforia anos 80, outras coisas. Não isto. Isto é um interesse mais profundo, que ultrapassa, espero, a paixão. Mas, pelo sim pelo não, devia mesmo agarrar a oportunidade e aprender japonês. Deve ser fascinante.
Wenceslau de Moraes, por exempo, é um caso de imersão total no mundo japonês. O seu "Relance da Alma Japonesa", que li entusiática e divertida, faz o levantamento do que o autor considera a psiche do nativo, a sua impessoalidade, a ligação com a natureza, com as coisas simples, com a eterna renovação, com a ancestralidade. A comparação com a nossa forma de estar na vida é hilariante mas deixa-nos a pensar.
O japonês que me interpelou sabia da métrica tanka (31 sílabas = 5,7,5,7,7) e do haiku (17 sílabas ). Vi logo que era um homem culto.